PERGUNTAS PODEROSAS Forums Pergunta da semana A expectativa que você tinha ao término do curso de Formação de Mediadores Judiciais corresponde à realidade do seu trabalho como mediador atualmente?

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  • Jorge Fernandes
    Mestre
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    A expectativa que você tinha ao término do curso de Formação de Mediadores Judiciais corresponde à realidade do seu trabalho como mediador atualmente?

    Jorge Fernandes
    Mestre
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    Sim e não. No campo da realização pessoal (projeto de vida, propósito, doação…) sim. No campo financeiro, não (como para a maioria dos mediadores), apesar de estar aposentada de outra atividade e atuar como advogada. E o percurso para atender às expectativas financeiras será árduo por um bom tempo. Ana Faustino

    Não. Por que nos pressionam p fazer acordo. E a mediação só valeu se tiver acordo. Lenora Milesi

    Não, porque ao final do curso eu tinha apenas a teoria e a expectativa era de algo que ainda não tinha experimentado. Hoje, porém, passados alguns anos e com alguma prática, a minha expectativa é real em fazer uma mediação para que as partes possam, no minimo saírem dali satisfeitas, se comunicando, entendendo a posição do outro, independente de ter havido acordo ou não. Leila Godinho

    Não. Quando terminei o curso de formação de mediadores, fui informado que teria o acompanhamento posterior de supervisores para nos auxiliar em questões não previstas nos manuais. Tal acompanhamento não aconteceu de maneira estruturada e contínua, fomos deixados própria sorte, cada um se virando do seu jeito e maneira. Ao meu juízo, esta realidade causa enormes prejuízos no aprimoramento contínuo dos mediadores. Eu tive a sorte e o privilégio de ter Vânia Pires e Flávia Gallo como supervisoras por um curto período de tempo. Quantas saudades e aprendizado! Supervisão já! Jorge Fernandes
    “Não. Por que nos pressionam p fazer acordo. E a mediação só valeu se tiver acordo.”Muito interessante essa colocação.Nós temos que lembrar que não importa o “resultado” O que realmente importa é se os mediados saem conversando, se puderam se comunicar e reestabelecer uma atitude positiva entre eles. Acredito que o sucesso é quando usando as ferramentas conseguimos chegar a colar as conexões quebradas para que de acordo ao tempo deles, se encontre sua solução. Pedro Olano

    Indico o filme WORTH sobre o escritório de advocacia que realizou a indenização as vítimas do dia 11 de setembro- sobre o advogado do escritório que ao longo do trabalho passa a ter um olhar mais humanizado ouvindo e analisando caso a caso. Regina Menezes

    São tantas as razões que precisam ser detidamente analisadas, a meu ver, para que a resposta, quase que unanime, seja negativa. Sem julgamento, apenas constatando, o que vimos no cejusc, na maior parte das sessões, são tentativas de conciliação. Penso que a falta de reconhecimento da profissão, e consequente seleção e remuneração são algumas das raizes dessa complexa arvore. Helen Aiex
    Não, a ausência de remuneração, reconhecimento, desanima muito. Pelo Tribunal me sinto explorada e penso que muitas vezes a mediação é mal compreendida. Fora do tribunal me deparo com antipatia e rejeição. Analice

    Bom dia todos e que estejam muito bem! O curso básico oferecido pelo TJ me trouxe muitas possibilidades (fiz em 2009 com André Gomma e mais ainda no CNJ), conhecimento e amizades. Sempre entendi que é um trabalho voluntário e não alimentei qq expectativa (contínuo não alimentando). Penso que sua inserção no Tribunal trouxe oportunidades para todos e que era só o começo. É preciso aprimoramento e um olhar para novos horizontes. Hoje vivo da mediação e de outras práticas integrativas. O meu tempo como voluntária é de acordo com minha agenda. Pode ser melhor? Claro! Inclusive ser oferecido apenas as hipossuficientes e oportunizar as Câmaras privadas. Márcia Rosa

    Em parte. Minha motivação pela Mediação foi gerada pelos meus professores quando fazia o curso de Direito. O CPC em construção, mudanças esperadas… Eu já atuava como Psicóloga e Pedagoga, conhecia a dinâmica familiar e empresarial… Enfim era um novo nicho de trabalho que abraçaria minha experiência.
    A remuneração era cogitada, até pq é uma atuação prevista em lei.
    Mas que inicialmente seria voluntária, mas com formação gratuita pelo tribunal e com espaço para treinamento e aperfeiçoamento.
    A remuneração esperada e legítima até hoje não veio por resistência. E não por falta de recursos do tribunal.
    Então é óbvio que não há como esperar que haja disponível no tribunal ótimos Mediadores. A grande maioria saiu ou alguns poucos ainda disponibilisam pouquíssimo horários. Pq se a proposta inicial era: não remunerado, mas ensino. Quando já aprendido cada um segue seu caminho. Pq saco vazio não fica em pé!
    O Tribunal não precisa de assistencialismo. E por isso o trabalho de Mediação Comunitária tem crescido. Se quero fazer o bem faço a quem precisa e não tem como remunerar.
    Por acaso doamos alimentos a quem tem recursos? Damos água a quem NÃO tem sede?
    Com o tempo a Supervisão oferecida foi retirada, pq é óbvio, o tempo de espera da remuneração foi esgotado…
    Então NÃO é possível uma casa com recursos financeiros cobrar que profissionais graduados atuem gratuitamente e ainda se mantenham especializados e com supervisão SEM remuneração.
    A vida é uma via de mão dupla.
    E segue a política dos que, quem tem mais querem sempre mais… Fátima Marques

    Parabéns Fátima! Excelente colocação!
    Embora na seleção para o curso nos foi dito que seria um serviço voluntário, hoje a realidade é outra, eis que temos conhecimento de outros tribunais que já estão remunerando seus mediadores ! E aqui no Rio de Janeiro, só ouvimos dizer que temos que nos aprimorar, fazer uma pós graduação, tudo por nossa conta, sem nenhuma promessa de estudos para possibilidade de remuneração. Não somos mais crianças e desenvolvemos um papel de suma importância no judiciário, eis que quando realizamos acordos numa mediaçao, estamos tirando da mesa dos magistrados, processos que seriam mais trabalho para analisarem e sentenciarem. E todo esse nosso empenho não é visto de forma profissional pelo nosso Tribunal, o que é uma pena!
    Até conversa de concurso público já ouvimos falar para justificarem a remuneração e nada! Mero engodo! E enquanto isso , trabalhamos de graça para o Estado enquanto outros Estados remuneram seus mediadores valorizando-os sem utilização de desculpas como suposições de concurso público .
    E nessa atual pandemia, estamos ajudando mais ainda o judiciário, realizando as sessões de casa , utilizando nossos próprios materiais como , computador, telefone, internet além de aumentar o consumo de energia!
    E todos esses gastos sem a menor preocupação com uma ajuda de custo!
    Esse é um ponto que precisamos nos unir para obtermos os mesmos direitos dos mediadores remunerados por outros Estados!
    E como disse minha amiga Fátima, a vida é uma via de mão dupla ! Denise Estrela

    Nem um pouco. A expectativa era praticar a mediação conforme o aprendizado no curso de formação. Contudo, logo nos primeiros meses fui induzido a entrar na corrida das “horas” para a certificação quando se passa a contar até mesmo as ausências das partes e a participação em “mutirões” de Mediação onde na verdade se faz Conciliações de baixa qualidade. A frustração também decorreu da constatação de que certa Mediações são vedadas à maioria dos mediadores, notadamente as ditas “empresariais”. Ou seja, existem interesses outros nessa categoria de Mediações ou Mediadores de segunda linha. Por fim, como destaque, a questão da remuneração, que as sucessivas direções do TJRJ empurram com a barriga à despeito de sua realidade em outros estados e que a magistratura alega ser um nobre e digno “trabalho voluntário”. Luiz Sérgio

    Pensando no TJ do Rio a queda da expectativa foi brutal. Me senti explorada dentro de uma estrutura de cumprir protocolo sem a menor estrutura e reconhecimento. Se é pra fazer trabalho voluntário tendo que levar a própria água e copo eu sinceramente prefiro dedicar meu tempo a uma ONG (que aliás o @Jorge Fernandes bem sabe que fiz por anos a tempo integral). Inclusive desconfio que nem é mediação o que é feito ali no TJ (cível então é uma piada. Preposto sem o menor poder de decisão…umas propostas de acordo padronizada. lamentável). Se eu pensar na minha vida profissional, aí sim a mediação agregou bastante no meu trabalho como advogada consultiva. Carol Bassin

    Sim: se meu foco for somente no meu crescimento pessoal (que consequentemente agregará no profissional) e em ajudar pessoas.
    Não: quando observo que ainda estou muito instável financeiramente e fui para a Mediação com a esperança de ser uma alternativa de retornar ao mercado de trabalho, que ainda não aconteceu. Fiz em 2010 meu MBA em Gestão Empresarial e me desenvolvi cada vez mais minha comunicação e a habilidade de gestão, inclusive de pessoas. Trouxe a Mediação para ter um peso maior na minha formação, mas ainda não tive retorno. Milenne Estevam

    A Mediação agregou muito na minha vida pessoal e nas minhas atividades diárias. Eu apoio a Ordem dos Advogados, para que todos nós façamos as mediações extrajudiciais em nossos escritórios usando talvez, os Mediadores para atuarem juntos, sobre a responsabilidade do(s) advogados dos escritório. Desta forma, nós poderemos honrar e respeitar o trabalho tão nobre e engrandecedor dos Mediadores. Rosângela Alakum

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