PERGUNTAS PODEROSAS Forums Pergunta da semana É possível desenvolver um cérebro empático? Em caso positivo, como fazê-lo?

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  • Jorge Fernandes
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    É possível desenvolver um cérebro empático? Em caso positivo, como fazê-lo?

    Jorge Fernandes
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    Carol Bassin: Acredito que a empatia pode ser tipo um dom ou característica natural mas também pode ser um exercício a ser aprimorado com as técnicas certas. Adoraria ouvir um psicólogo ou sei lá um neurologista comentar sobre esse tema. Exercer a empatia sem prejudicar o distanciamento necessário é uma das técnicas que o treinamento da mediação proporciona.

    Elaine Barrocas: Entendo q toda a proposta alternativa de viver à qual muitas pessoas se propõem (incluindo-me, aí), exige de nós uma observação e um exercício cotidianos a fim de que mudemos o padrão. Porque tudo é padrão, ao qual nos submetemos, inadvertidamente, em razão da cultura. Gostaria, por exemplo, q a CNV circulasse nas minhas veias. A empatia também. E, assim, automaticamente, eu as usaria. Hoje, ainda estou treinando.

    Jorge Fernandes: No livro O Poder da Empatia, Roman Krznaric apresenta os 06 hábitos para exercitar a empatia, nesse artigo apresentamos os hábitos com algumas dicas de como desenvolvê-los.

    Empatize e mude o mundo!

    Hábito 1 – Acione seu cérebro empático: Mudar nossas estruturas mentais para reconhecer que a empatia está no cerne da natureza humana e pode ser expandida ao longo de nossas vidas. Dicas para acionar o cérebro empático:

    -Fazer leituras edificantes.

    -Trabalhar o autoconhecimento.

    -Ouvir as pessoas.

    -Praticar exercício de mindfulness.

    -Cuidar da espiritualidade.

    Hábito 2 – Dê o salto quantitativo: Fazer um esforço consciente para colocar-se no lugar de outras pessoas – incluindo no de nossos “inimigos” – para reconhecer sua humanidade, individualidade e perspectivas. Quando nós aprendemos a nos colocar no outro, entendemos o dualismo que há no ser humano. Somos bons e maus, positivos e negativos, o ser humano é dual. Essa evolução de mentalidade é o que nos aproxima da conexão empática. Dicas para aprender a se colocar no lugar as pessoas:

    -Evite julgamentos: ouça a história do outro, apenas receba.

    -Não compare a pessoa com você ou com outras pessoas: não compare tudo o que você passou com tudo o que o outro vivência.

    -Aceite e entende o outro como ele é: evite mudar alguém para que ele se adeque ao que você pensa.

    Hábito 3 – Busque aventuras experienciais

    Explorar vidas e culturas diferentes das nossas por meio de imersão direta, viagem empática e cooperação social. O conceito de experienciar coisas diferentes é muito associado a aventuras, mas esse não é o único estilo de buscar experiências diferentes, principalmente, quando falamos de exercitar a empatia. Para empatia pode experenciar a troca e o compartilhamento de vivências.

    Buscar experiências diferentes oferecer a oportunidade de compartilha diversas formas de experienciar a aprendizagem. Não existe uma única forma de fazer algo, observar o resultado em ação através outras vivencias, além de ser desafiador e gerar boas soluções. Dicas para vivenciar experiências diferentes para empatia:

    -Puxe assuntos com pessoas de núcleo social diferente do seu.

    -Demonstre interesse pelo outro durante uma conversa e mostre curiosidade saudável em saber sobre o estilo de vida e vivencias.

    -Esteja aberto para aprender algo que não entende.

    -Elimine qualquer tipo de preconceito e racismo dos seus pensamentos e comportamentos.

    Hábito 4 – Pratique a arte da conversação: Incentive a curiosidade por estranhos e a escuta radical, tirar nossas máscaras emocionais. Praticar a conversação consiste em desenvolver ou aprimorar a habilidade de ouvir, também denominada escuta empática. Em nossas interações diárias temos oportunidade de praticar a conversação empatia, porém na maioria das vezes apenas realizamos conversas rasas, sem conexão e empatia.

    É importante ressaltar que foi a colaboração é não a competição que ajudou a humanidade à sobreviver, a prosperar e alcançar os níveis socioeconômicos que vemos hoje. A colaboração é chave da escuta empática. Dicas para praticar a arte da conversação empática:

    -Escutar atentamente (essa você já sabia), isso significa entender que você não é o foco da conversa. Ouça apenas isso.

    – Afaste o celular ou qualquer tipo de eletrônico de perto para sustentar a escuta ativa. Quando estamos escutando ativamente todo nosso rosto expressa uma atenção especial, uma receptividade que é sentida e percebida pelo outro.

    -Tenha paciência de falar e ouvir pessoas que irritam você.

    -Atenção para sua linguagem corporal, busque ajustá-la ao contexto, manter o contato visual, o corpo relaxado e braços aberto favorece muito para a conversação empática.

    -Busque entender em vez de criticar ou julgar.

    -Não de conselhos, a não ser que for solicitado.

    -Não preencha os silêncios da conversa.

    -Faça pergunta para saber detalhes ou coisas que não entendeu.

    A escuta empática representa a comunicação efetiva e é um dos segredos para relações interpessoais saudáveis e duradouras.

    Hábito 5 – Viaje em sua poltrona: Transportarmo-nos para as mentes de outras pessoas com a ajuda da arte, da literatura, do cinema e das redes sociais na internet. Dica para viajar na poltrona:

    -Leia livros sobre a empatia, compaixão, historias de pessoas que tiveram o altruísmo e o amor ao próximo como missão de vida. São exemplos que mostram mais do que se colocar no lugar o outro, as ações que foram realizadas para isso e os resultados.

    -Assista filmes e documentários sobre o tema.

    -Meditação, praticar esporte e dançar são forma interessante de exercitar a empatia transformando nossa mente, corpo e espirito.

    Hábito 6 – Inspire uma revolução: Gerar empática numa escala de massa para promover mudança social e estender nossas habilidades empáticas para abraçar a natureza. A pandemia é uma grande oportunidade para gerar uma onda de empatia no mundo. A colaboração e a ação de ajudar o outro são forma reais efetivar a empatia, de bem-estar e conexão com as pessoas. Dicas para inspirar uma revolução:

    -Faça vídeos, lives e post chamando atenção das pessoas para ações de ajudar o outro.

    -Você não precisa ir muito longe, pode começar dentro de casa com seus pais, avos, irmãos nas tarefas diárias.

    -Saia da sua zona de conforto e experencie ajudar pessoas sem esperar nada em troca, pessoas desconhecidas.

    -Interaja com as pessoas de forma positiva respeitando sua singularidade e estilo de vida.

    -Tenha atos conscientes e de gentileza com as pessoas.

    -Use a sua energia para ação e não apenas para criticar, julgar, comparar e segregar pessoas.

    Referências

    KRZNARIC, Roman. O poder da empatia: a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo. Zahar, 2015. Fonte: https://johariconsultoria.com.br/index.php/6-habitos-para-exercitar-a-empatia/

    Jorge Fernandes
    Mestre
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    Cátia Penner: Eu acredito que o exercício diário da Escuta Ativa, sem julgamentos, leva ao desenvolvimento de um ‘cérebro empático’…assim como o exercício do autoconhecimento – por técnicas terapêuticas, leva a uma maior consciência de nossas potencialidades e a uma maior autonomia existencial. Decisões mais conscientes formam cérebros mais livres e expandidos para melhores escolhas e resultados.

    Sandra Eli Med: isso é um bom exemplo de desenvolvimento do “cérebro empático”. https://www.youtube.com/watch?v=-Hc1kFvUTT4. Os neurônios espelhos ficam o tempo todo querendo imitar, portanto se a pessoa vive em um ambiente toxico, por empatia ela externa comportamentos tóxicos também, nesse caso é preciso muita conscientização para mudar para comportamentos altruístas. Está aí a necessidade do mediador, dar pequenos sorrisos ao receber as partes, fazer um rapport bem feito, o cérebro detecta isso e os neurônios espelho atuam, como mediadores devemos estar atentos a ter pequenas expressões altruístas, assim ativamos os neurônios espelho de quem estiver a nossa frente.

    Pedro Olano: Acredito que empatia se relaciona com os tipos psicológicos de personalidade e que a conexão com esses tipos de absorção de informação gera um link nas relações interpessoais, sejam estas de espelhamento físico ou transmitidas verbalmente. Jung fala, que toda atividade consciente que acontece no ser, se realiza nos processos perceptivos (sensitivos e intuitivos) e nos processos para realizar decisões de forma racional ou emocional. Todos os indivíduos utilizam os quatro processos. A diferença radica no processo dominante, caracterizando desta forma a estrutura da pessoa quanto a aprender, falar e tomar decisões. (Almaguer, 1998; e Guild e Garger, 1998).eTambém o comportamento é definido, segundo Jung, pelo interesse com as coisas (extrovertido ou introvertido). Por tanto podemos falar que empatia seria a capacidade de se colocar no lugar do outro e saber o que sente ou o que possa estar pensando. (Rapport)
    Para nós mediadores para sermos capazes de desenvolver um cérebro empático, Precisamos primeiro exercer
    a) Não julgamento. Para assim não formar opiniões baseadas na nossa experiência.
    b) Escuta Ativa, prestando atenção na essência das palavras, focando na intenção das palavras.
    c) Validação dos sentimentos, sumamente importante para o link empático. Sabendo que ainda que não estamos na posição do mediado, bem poderíamos ser nós.
    Para sermos empáticos precisamos de compartilhar de certa forma o sentimento do outro, não o entendimento!
    Rosemberg (2006, p.136 e 137) cita que ‘a compreensão intelectual bloqueia a empatia’ e prossegue na defesa de que ‘o ingrediente-chave da empatia é a presença’.

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