PERGUNTAS PODEROSAS Forums Pergunta da semana Qual é a efetiva contribuição que os observadores podem oferecer no aprimoramento do trabalho do mediador? Na prática, com base em sua experiência profissional, eles realmente cumpriram o seu papel? Justifique sua resposta.

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  • Jorge Fernandes
    Mestre
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    Qual é a efetiva contribuição que os observadores podem oferecer no aprimoramento do trabalho do mediador? Na prática, com base em sua experiência profissional, eles realmente cumpriram o seu papel? Justifique sua resposta.

    Jorge Fernandes
    Mestre
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    Fátima Marques: A contribuição é muito grande. Estão com conhecimentos fresquinhos e por vezes o Mediador pode estar precisando de um retorno de seu trabalho para instiga-lo a melhorar ou refletir. Importante que o observador também perceba que entre a teoria e a prática há mudanças e também estar como Mediador, não significa que possa ter toda a percepção de imediato, por vezes a troca dá luz aos fatos.Enfim toda troca é válida quando há respeito, sigilo, empatia e segurança.

    Elaine Barrocas: Gostei da pergunta! Gosto muito de ter observadores do meu trabalho. Prefiro quando são curiosos e não que falem, simplesmente, q eu fiz tudo direitinho. Gostaria q se ativessem mais à técnica q ao caso (mas sei q discutir a vida dos outros é uma tentação). Meu sonho é um observador perguntar qual era o objetivo com tal e tal pergunta. Sempre procuro mostrar a eles os momentos em que usei técnicas.

    Terezinha: Bom dia a todos . A meu ver ,vários aspectos são importantes : A possibilidade do contato com a realidade da Mediação -da teoria ,do ligar que tangencia a vida pessoal, do limite da utilidade da aplicação da teoria é um lugar de aprendizado efetivo .Eu comecei a Mediação em Mova Friburgo ,fui observadora durante 2 anos e nas poucas vezes que atuei como Mediadora ,antes de vir para a Capital, sentia-me insegura pelas críticas que recebia dos observadores e da supervisão, o que levou-me a pesquisar sobre Mediação e a importância do meu lugar de observadora, não sei se contribui com a equipe, mas instigou-me
    O outro aspecto trazido por Marines Suarez é da equipe reflexiva ,todos no mesmo Nível ,sem ego ,sem palco, analisando ,mapeamento , desenhando pensamentos, estratégias ,deslocando lideranças do grupo ,fazendo reuniões de trabalho. Enfim : uma pena que a ideia que nos permeia é a ideia de que o Observador está no lugar de estagiário apenas.

    Ana Faustino : A principal contribuição é a troca: mediador e observador, guardadas, evidentemente, as devidas proporções de professor e aluno, trocam conhecimentos.

    Jorge Fernandes: Gostaria de ter vivenciado experiências mais enriquecedoras de troca e aprendizado com os observadores que trabalhei. Parte expressiva deles estava mais interessada em comentar o caso do que avaliar o meu trabalho. Somente faziam isso quando eu os avisava do papel deles no processo de mediação e, assim mesmo, os comentários eram breves e com pouca profundidade.

    Terezinha : Dependendo da complexidade da situação sempre sugiro uma reunião com a equipe para termos oportunidades de ouvir s impressão de todos e tomar decisões em conjunto .Gosto muito da conversa final ,da troca de percepções e interatividade . Estamos em um caso em que estão envolvidas 19 famílias , interesses de um Municipio ,pois trata-se de uma ocupação . Como resolver sozinha ,sem a ajuda da equipe? Por outro lado : confesso que ,por vezes ,administrar um observador novato que acabou de sair de um curso é bem estressante.

    Cátia Penner: Tal e qual a vc, @Jorge Fernandes, eu tb gostaria de ter vivenciado experiências mais enriquecedoras de troca e aprendizado com os observadores, que trabalhei, e mesmo eu reforçando o papel dos observadores antes da Mediação, vi de tudo: colegas dormindo, olhando celular, conversando, respondendo colocações das partes, dando cartão pessoal para as partes etc…e na reunião pós Mediação, comentando o caso e julgando, e quando eu cobrava análise das técnicas utilizadas e oportunidades de melhoria para a sessão, os comentários eram breves e sem profundidade, resumindo a elogio.

    Elaine Barrocas: Comentários semelhantes, interessante. Sempre comento q gosto de observador com “sangue nos olhos” (em relação às técnicas).

    Cátia Penner: Eu tb gosto…e que na reunião pós Mediação se coloque tecnicamente, mas ainda não os encontrei, infelizmente.

    Márcia Barros: Eu creio que é sempre bom termos um feedback pois as vezes com a prática diária, podemos esquecer algo da teoria. Meus momentos são sempre muito ricos nas supervisões, não só ensino, mas também aprendo. São as trocas que nos agregam. Só levo boas experiências e gratidão desses momentos.

    Pedro Olano : Cada membro da equipe tem sua função. Eu gosto de fazer reunião depois das sessões. Sempre é bom ter feedback dos observadores, especialmente porque a mediação permite diferentes campos profissionais e isso faz com que as perspectivas de abordagem sejam bem diferentes, isso enriquece muito a experiência. Também como alguém comentou, os observadores estão “recém saídos do forno”, quentinhos enquanto ao conhecimento teórico. Isso ajuda. Como todos já passamos por experiências similares, teve também situações em que observadores faziam rapidamente suas criticas sem levar em consideração uma serie de fatores que, entre a teoria e a prática existe um vão grande, outros queriam dar sua pitada na sessão desde a tribuna. É parte do mediador fazer essa parte de
    treinamento chato., para isso estão lá, para receber o treinamento prático e recai sobre a nossa responsabilidade. Como diz a musica: “Ado Ado cada um em seu quadrado”.

    Ivone Saraiva : Concordo com você Pedro. Algumas vezes os observadores tem pressa em dar a opinião e as vezes se tornam superficiais. Entretanto, quando há tempo, um toque nosso de qualidade, os ajuda e a nos tbm.

    Sula Covre : O correto seria dar o retorno sobre os procedimentos porém o retorno na.minha experiência foi mínima .

    Ednéia : Não tive esta experiência, mas seria bom que eles pudessem colaborar com algum apontamento.

    Carol Bassin: Gente eu nunca tive oportunidade de falar absolutamente nada quando completei as horas como observadora.Que eu me lembre nenhum mediador vinha falar comigo depois rs.Só conversava com a minha corrdenadora mesmo.Nem tinha essa oportunidade… acabava mediação todos levantavam e beijos e tchau rs

    Luciene Mediadora: Aqui em. Nova Friburgo nós encontramos 30 minutos antes e 30 depois. Prezamos essa troca com toda a equipe.

    Carol Bassin: Posso estar enganada mas não me lembro mesmo. Quando estava mediando junto eu me lembro de ter sim essa interação antes e depois. Mas como observadora não.

    Rosali Aguiar: Na minha experiência pessoal até 2015, os observadores foram fundamentais com suas observações e comentários. Ao final de cada mediação eu e minha/meu companheira/o mediador/a reuníamos com os observadores para conversar, saber como fomos em suas observações, pedíamos feedback para melhor desempenho. Era um trabalho em equipe. Inclusive, combinávamos com os observadores dicas que ajudavam muito quando algo estava sendo notado pelo observador e passava sem observação do mediador. Muitas dos colegas que observaram as minhas mediações, hoje, são excelentes mediadores tendo me superado em muito. A partir de 2016, lentamente as coisas foram mudando, até que se transformou no que vemos hoje. Não quero com isso generalizar condutas. Respeito todas as posições voltadas para o consenso. Penso que ainda exista muitos mediadores preocupados em manter a humildade do aprendizado constante, empenhados em trocar, dar e receber ajuda. Assim, na minha experiência profissional durante o período informado, recebi muito dos observadores que cumpriram o seu papel.

    Neyse Amin : Na Mediação Comunitária é comum nos reunirmos um pouco antes para alinhar as coisas e depois de cada encontro para trocarmos olhares, ouvirmos os Observadores, comentarmos sobre a dinâmica, se faríamos algo diferente, o motivo pelo qual usamos este ou aquele recurso… Esta experiência tem sido muito rica para todos os envolvidos, tanto que, quando iniciei como Observadora na Mediação Judiciária, sugeri adotarmos tal prática e, sempre que possível, fazemos um briefing, principalmente após a sessão.

    Izabel : Observadores são ótimos. Tenho belas experiências e as vezes puxões de orelha. Faço mediação há 6 para 7 anos no judiciário, desta forma os observadores nos ajudam a retomar algumas coisas do protocolo que o tempo e a confiança e até a descoberta de novos caminhos nos fazem abandonar. No mínimo refletir é excelente. Creio que quando o mediador certificado estiver com observadores em fase de estágio, cabe a este mediador já deixar claro no início da mediação, a permanência para a autos-supervisão. Esta é a rotina que tenho aqui em Porto Alegre. Faço questão deste debate. Aos poucos vou introduzindo os observadores no papel de mediadores. Primeiro fazendo a declaração de abertura até a condução da mediação. Por último mediamos conjuntamente para treinar o compartilhamento deste espaço.

    Elaine Barrocas : Na mediação judicial da qual participo há a orientação da coordenação do CEJUSC de conduzirmos a reflexão pós sessão para a conversa sobre os recursos técnicos q foram usados ali. Evitando estender para o caso em si.

    Izabel Grupo Marcelo : Costumo debater um pouco o caso, após as reflexões do protocolo. Creio que isto é positivo. Sempre pergunto: como vcs entenderam o que está acontecendo. Quais são os caminhos possíveis para este caso…Creio que isto ajuda no sentido de apurar a percepçao do mediador e discernir o que é entendimento e o que julgamento.

    Roberta Fanti : Bom dia Fiz minha formação em mediação transformativa de conflitos no projeto Cantareira, em São Paulo. Lá os observadores recebem o nome de equipe reflexiva. Nome que acho que caiu como uma luva.
    No atendimento São dois mediadores, que a todo momento podem e devem solicitar ajuda da equipe reflexiva, e como ajudam. É uma observação maravilhosa, que muitas vezes o mediador em campo não observa.Já fui salva, muitas vezes por perguntas da equipe.Fazíamos ainda, após cada mediação uma conversa entre todos da equipe. Tínhamos também após cada mediação, um relatório da mediação. Todo este trabalho me ajudou muito.Sim, cumprem com seu papel.

    Elaine Barrocas : Os colegas da equipe reflexiva estão em formação ou são mediadores, nessa experiência?

    Roberta Fanti : Neste caso, todos ainda estavam em formação. Porém tínhamos duas professoras que participavam da equipe reflexiva. Foi nosso estágio, neste grupo, eram duas professoras e seis estagiários.

    Jorge Fernandes: Bom dia, Roberta! Fiquei feliz ao ler sua resposta. Infelizmente, a minha experiência foi bem diferente. Acho o trabalho dos observadores muito importante e faço de tudo para valorizá-los. Ao meu juízo, pode estar havendo alguma falha na formação dos mediadores aqui no Rio de Janeiro.

    Ana Claudi : Acho importante a posição dia observadores em sala presencial . Quando os recepciono, procuro conversar antes e depois também. On line, como não são participativos, peço para desligar câmeras pois qualquer expressão involuntária, pode influenciar a interação entre as partes, visto que aparecem em primeiro plano corporal .

    Elaine Barrocas Também peço. A idéia é ter menos pessoas ocupando espaço na tela e os observadores passarem, mesmo, despercebidos. E, no presencial, os convido a ocuparem cadeiras atrás dos mediandos. Não é equipe reflexiva.

    Terezinha Med NFrib: Eu penso que o Observador deveria ter um lugar além de ser apenas aprendizes .Mesmo no on line os observadores ficam com a câmera aberta ,pois a presença deles é importante .Gosto muito de observar ,pena que as oportunidades são poucas . Mas a ideia do mediador ter o primeiro contato com a Mediação através da observação é uma ideia muito boa .
    Cátia Penner: Experiência interessante de estágio para a turma!

    Ana Claudia: O complicador é a expressão é o rapport passado para as partes de forma involuntária. Ontem, fiz uma audiência, e estava indo tudo bem.. uma Advogada bocejou e virou o olho uma vez.. cada movimento involuntário desse ( foi involuntário – somos todos humanos) a outra parte se irritava e alterava o discurso. Não comentava, mas era notório que atrapalhava e eu já ia mudando e analisando o que poderia sanar sobre o tema comentado no momento.

    Odmir Fernandes: Comunicação não verbal. 93% é assim, só 7% é verbal, segundo estudos.

    Terezinha : Acho tudo isso normal ,não podemos nos prender na perfeição e controle .Tudo é material de trabalho e se desandar ,desandou .O advogado também está sendo mediado e ele tem a liberdade de ser quem ele é .

    Ana Claudia Med: O advogado está para dar suporte jurídico aos mediandos na minha leitura.Tem partes que são facilmente influenciáveis na decisão a tomar em um entendimento que está sendo a dois.

    Terezinha: Eu não concordo com a câmara fechada dos observadores .Tenho obtido excelentes resultados com a interatividade deles e ,em conhecê-los de perto ,na conversa após as sessões .Afinal ,sobre esse tema deveríamos refletir sobre a proposta de inclusão ,sempre lembrada nas mediações .Esse exemplo deveria partir de nós ,mediadores ,abrindo as câmeras dos observadores .

    Roberta Fanti : Também acho um importante trabalho, aprendi muito no projeto Cantareira.
    Quando tudo passar, posso falar com o promotor de justiça coordenador, para receber vocês nas mediações.
    Acho tão importante a experiência oferecida neste lindo projeto. Deveria ser modelo em todo Brasil.

    Ana Claudia : Mas eles tem a participação deles… conversamos antes, explicando técnicas, movimentações de intercurso e depois da sessão fazendo análise do caso e expõem sua opinião. Estão inclusos, mas durante a sessão a ideia é as partes que tem de conversar . O mediador só facilita o diálogo . Quanto mais interferência, mais o diálogo fica em risco.

    Terezinha : Não podemos esquecer que o advogado é parte na Mediaçao e o cliente é dele e não nosso.

    Pedro Olano: Gosto de ser fundamentalista no processo para não desvirtuar o Conceito de “Mediação” Esta tem as suas peculiaridades assim como Concilação e outros métodos de resolução de conflitos.
    Por tanto é importante que o/os Mediadores que estão na mesa, são ativos. E, como a palavra descreve, os Observadores que não estão na mesa de atividade, precisam observar. Eles estão para aprender a prática de como usar os conhecimentos e ferramentas. Depois da sessão podem dar seus opiniões e palpites, não durante. Os mediadores criam um ambiente seguro, de confiança, em que a intervenção dos observadores, seja online o presencial pode atrapalhar a comunicação e quebrar o rapport criado. Aconteceu muitas vezes que os mediados se viram para dirigir-se aos observadores porque eles fizeram algum comentário que eles acharam que foi a favor deles. Tivemos que fazer caucus para concertar a situação.

    Pedro Olano: Cada um tem seu lugar e desenvolve o papel que tem que fazer.

    Ana Claudia: Não concordo. Na mesa da mediação, o advogado é um colaborador jurídico. As decisões são das partes .O advogado participar de forma colaborativa, óbvio ser bem vindo por ser profissional de confiança e braço forte da parte, passando segurança… jurídica. Mas, atento para que a mediação ser entre partes.É isso.

    Fatima Marques Med: Como já havia me manifestado, valorizo a presença dos observadores.Nas medicações que atuo eles ficam com câmera aberta. Havendo individual faço um bate bola. E no final trocamos mais reflexões. Havendo reagendamento, conversamos sobre a pauta.Afinal os observadores são profissionais graduados com 2 anos ou mais e tem experiências a contribuir.Alguns são Psicólogos, Assistentes sociais, peritos etc.

    Luiz Sérgio: Prá mim, considero os advogados na Mediação figuras coadjuvantes com apenas duas funções: aconselhar e orientar seus clientes e ajudar as partes na redação de eventual acordo.

    Terezinha: O advogado na Mediaçao é um Bom assunto para reflexão .
    Luiz Sérgio Med: Sugiro que seja a próxima Pergunta Poderosa…

    Paula Sady : Olá pessoal, Resposta muito interessantes. Não ando me manifestando, mas leio constantemente e parabenizo o @Jorge Fernandes pela organização e temas. Para quem já esteve me observando, sabe como prezo está posição na mesa de mediação. O Observador está participando após ter apreendido a teoria, logo está vivenciando a prática que se difere em muito da teoria. O seu papel além de aprender também é o de colaborar, pois ele está no “balcão” constantemente e isso lhe proporciona um olhar diferenciado da equipe de mediadores.
    Vale combinarmos antes do início como a dinâmica se dará entre mediadores e observadores e ao final fazermos o Feedback para ouvi-los e pensarmos juntos o procedimento. Quando se trata de mediação presencial não o observador costuma, se for possível, ficar nas costas dos mediandos (evitar desvio de foco, aliança, visualização de expressão não corporal etc).Na mediação on-line e cara a cara então, como nas competições inclusive, penso que se faça necessária câmera fechada, até pq a demanda para o mediador já é sobrecarrega neste ambiente.
    Logo, a câmera fechada ajuda a manter mediandos e mediadores com foco nas telas, que já nos limitam em nossas atuações.Quanto aos advogados, eles são parte da equipe de mediação!Eles conhecem o cliente, sabem as fragilidades e podem nos ajudar a pensar possibilidades, pq mesmo sendo advogada, não estou advogada e sim mediadora. Quando incluímos os advogadoss as partes se sentem seguras com o procedimento.Cada um no seu círculo, contudo fazendo interseção o tempo todo!

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