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A CNV e a literatura da mediação me auxiliam muito nesse campo. Penso q para ser um comunicador melhor é importante ter calma, contato com seus sentimentos e valores, abertura incondicional para a escuta e validação da fala do outro e esperança na comunicação clara e produtiva.
Percebo o silêncio como uma ferramenta das mais importantes no atendimento em mediação. Tanto para os mediandos quanto para os mediadores. Ainda que o mediador esteja conectado em cada frase, não há que se atropelá-las. A mediação é um momento de reflexão como poucas oportunidades se tem na vida corrida e eventualmente convivendo com um conflito. A aplicação da ferramenta do silêncio vem como a possibilidade de um mergulho de contato com o que foi dito.
As relações todas estão mesmo muito tumultuadas, mesmo após um ano, tanto as micro quanto as macro. Estamos todos tomados de perplexidade!
Mesmo diante da necessidade da celeridade é importante ter serenidade na resolução das disputas porque são vidas/patrimônio/moral os objetos envolvidos em conflitos. Neste sentido, a mediação vem para colaborar com quem se dispuser a tratar com mais profundidade e calma, do que numa audiência, suas questões. E para quem efetivamente se dispuser a não depender da decisão de um terceiro, tomando suas vidas em suas mãos.Acho muito importante a supervisão, mas, infelizmente, tenho pouca experiência com esse recurso. O que está ao meu alcance é avaliar com o co mediador logo após a sessão e, discutir, nos intervalos entre os encontros, as estratégias e técnicas a serem utilizadas. Me parece que a anotação de cada sessão, como um relatório, destacando as técnicas e o sucesso ou não da aplicação, reação e compreensão ou não dos mediandos, etc. concorre também para a reflexão contínua em mediação. e, ainda, vejo como importante a humildade do mediador num momento de eventual questionamento do seu posicionamento na supervisão.
Acho mais fácil tornar o ambiente acolhedor na mediação presencial visto que o espaço físico também vai concorrer. Na virtual e na presencial, procuro, já na apresentação da mediação, questionar se os participantes compreenderam e têm dúvidas e se a proposta tem afinidade com seus modo de pensar e de ser. Deixo à vontade para escolherem quem começa a falar. Me policio para não manifestar qualquer expressão facial no momento dos relatos, apenas sinalizando, com a cabeça, que os estou ouvindo. Arranjando, a cada encontro, os dias e horários das próximas sessões conforme a possibilidade de todos. Fazendo uso do caucus. Deixando claro que o acordo pode ser um resultado assim como pode-se não chegar a ele.
É comum um desequilíbrio de poder entre os envolvidos. A princípio penso que, entretanto, aceitar estar na mediação, avisado de como será o trabalho, já é um sinal de poder. Neste caso, costumo investir um pouco mais no caucus. E, também, na exploração dos sentimentos de ambos, a fim de favorecer a apresentação da vulnerabilidade de um e, também, do outro, objetivando que observem mutuamente suas fragilidades. Flar das próprias fragilidades já é empoderadr. A inversão de papéis é uma técnica que pode colaborar também aí.
Para mim, o poder, no caso do mediador, aqui, está no espaço que há entre a resposta e a próxima pergunta. Esse prá lá de desafiante espaço é o grande gerador de poder. Empoderamento para os mediandos e empoderamento para o mediador: espaço de reflexão e responsabilização e espaço de geração de confiança.
A mediação
Mediação é um processo através do qual as pessoas têm oportunidade de, em conjunto, falarem de seus sentimentos e expectativas, se pautando pela necessidade, o que lhes possibilita produtivos rearranjos.
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